quinta-feira, 3 de setembro de 2015

O verdadeiro valor


Ontem resolvi assistir o documentário ‘ The True Cost’, mesmo já tendo ouvido falar no assunto há um tempo, resolvi apostar, até por que nunca é demais.

O documentário trata do novo momento da Moda, principalmente nos Estados Unidos, onde o consumismo é desenfreado (aqui também), causando o aumento do volume de produção das peças e a necessidade de estar sempre lançando uma novidade. Enfim, todos nós sabemos que essa era realmente chegou. Marcas grandes ficando ainda maiores, com peças mais baratas, para chamar a atenção do consumidor. São lançadas até 52 coleções em UM ano, tudo para que esse sistema seja alimentado.



Mas o fato é: quem alimenta o Fast Fashion? Nós. Mas nenhuma vez nos perguntamos como as peças estão tão baratas e como foram produzidas com tanta rapidez. Quem as produz? O documentário, com muita sensibilidade, nos mostra que existe um mundo muito maior e muito mais sério por trás das roupas que vestimos.



Eu, Thayná, sempre acreditei que a roupa deveria ter um fundamento, e que não teria graça de ser descartada. Por isso, sempre preferi ir atrás de brechós e feiras, onde de certa forma é possível saber que ela está ali para um propósito, é única, um achado. Mas confesso não pensar no outro lado da moeda, ou de estar me preocupando 100% com as condições de vida das pessoas que fabricam aquilo, que para nós, é mais um prazer. Um erro meu! Que depois só de um tempo, que parei para pensar.


As condições de trabalho são precárias.  Pessoas morrem, não tem nenhum tipo de benefício e o pior, trabalham mais (muito mais) do que devem e podem, por menos de 3 dólares POR DIA. É incrível pensarmos que essa situação realmente existe. 




O documentário me chamou a atenção e me fez lembrar do novo vídeo lançado pela Box 1824,o ‘The Rise of Lowsumerism’. Aonde o consumismo vem desacelerando, nos fazendo pensar : ‘ Eu realmente preciso disso?’.

A internet nos faz sentir a necessidade de estarmos sendo preenchido o tempo inteiro, com alguma coisa, que não sabemos o que é. É muita imagem inspiradora, é muita imagem que chama a atenção, é muita marca nova. Esse é o intuito.  Baumann já dizia em seu livro ‘Identidade’, que nós temos duas identidades, a real e a virtual. Que talvez elas não ‘conversem’ e talvez nem se conheçam, mas elas existem e foram criadas por nós mesmos.




Uma conscientização de leve não dói. O documentário traz mais um monte de questões que vale a pena a gente se dedicar e prestar a atenção, e elevar nossos pensamentos para aqueles que sofrem pelo nosso prazer. 

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