Bom, nessa semana consegui assistir dois filmes que estava
morrendo de vontade. O primeiro foi ‘Que horas ela volta?’, que de tantos
comentários (bons!), fiquei muito curiosa pra saber do que era tratado, quais
eram os questionamentos e de que forma eles conseguiram tratar assuntos
relevantes para a nossa cultura de forma sensível. E bingo! Esse realmente foi
o meu sentimento: sensibilidade.
Sensibilidade para encarar um tema que não parece
tema, é REAL! O quanto ainda estamos presos em uma cultura de subordinação e
ostentação, ou de nos tornarmos tão dependentes de serviços alheios que não vemos
que estamos tratando de PESSOAS e não de máquinas.
Onde pessoas tem sentimentos, tem suas vidas além do
trabalho, tem desejos e principalmente sonhos. O personagem de Jéssica, filha
da atriz principal Val interpretada por Regina Casé, veio na trama como um
personagem tão revolucionário que chega a ser perturbador.
Assim acontece em ‘Dope’, o meu segundo filme da semana.
Confesso que fiquei atraída pela fotografia e principalmente pelo figurino, que
traz a Califórnia dos anos 1990 e 2000, cultura musical e um roteiro de ‘chorar’
de tanta pesquisa e informação.
Dope fala sobre a vida de três amigos geeks, que diferente
dos jovens de seu bairro (periferia), sonham em entrar para a faculdade e não viver no crime. Só que
ao andar dos acontecimentos do filme o grupo, de dois meninos e uma menina, se envolvem em um esquema de drogas e ‘diversão’
com um dos chefões do bairro, e ali, resolvem dar voz a seus personagens com
força e muita atitude. De nerds sem vontade própria, o
filme mostra como a sociedade os molda, mesmo sem querer e os tornam capazes de lutar pelo o que querem, sem medo.
É sensível e interessante pensar que a juventude corrompida
acontece no mundo todo, e é capaz de tornar pessoas mais fortes, e isso continua
sendo um tema para discussão, assim como as questões raciais. Acho que estamos
no caminho certo pessoal, libertador e devastador. Vamos que vamos!
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